Os alunos da E.E.Benício realizam uma aula de campo até à Gruta Madame Cassu em Coração de Jesus/MG.
Existem mais de 100 grutas no município de
Coração de Jesus/Mg. Quase todas ainda não foram exploradas e apresentam uma
beleza natural difícil de ser encontrada em outras regiões. Além do sítio
arqueológico onde foram encontrados os fósseis de dinossauros, o Tapuiassauro
que viveu nestas terras a milhões de anos atrás, o município de Coração de
Jesus/Mg também possui vários outros pontos turísticos que podem ser explorados.
Dentre eles, a Gruta Madame Cassu, descrita e registrada abaixo por alunos da
E.E.B.Prates, durante uma aula de campo ministrada pela professora de Geografia
Selma Galiza e Mary Nobre, professora de Biologia e Ciências, com a participação
do arqueólogo Ubirajara Alves Macedo que em todo o momento, luta para resgatar
e levar a público a cultura e maravilhas naturais do município. Participaram
também da aula de campo os professores Walder (Matemática), Eva Amaral (Química),
Ivana augusta (Geografia e História), Maria Auxiliadora (História), Doladey
França (Português), Cristina Alves (Ciências), Laura ( ... ), Yure (ASTB), José
Carlos (Educação Física), CB Alex Ney (IBAMA), também preocupados em resgatar e divulgar as belezas naturais do município de Coração
de Jesus/Mg, além de explorarem em suas aulas o verdadeiro significado de
cidadania e a preocupação constante que temos com o Meio ambiente em geral. Neste Projeto que
estamos desenvolvendo, “Água: recurso finito e Sustentabilidade ambiental”
iremos explorar mais algumas maravilhas do nosso município. Breve estaremos
publicando nossos resultados e conclusões
de tudo que está sendo observado e estudado nas diversas disciplinas.
Gruna
ou gruta (do latim vulgar gruta, designação de crypta) é toda a cavidade
natural rochosa com dimensões que permitam acesso a seres humanos. Em alguns
casos essas cavidades também podem ser chamadas de caverna (do latim cavus,
buraco), tocas, lapas, abrigos.etc...
Gruta Madame Cassu em Coração de Jesus/MG.
Os
termos relativos a grutas geralmente utilizam a raiz espeleo, derivada do grego
spelaios (caverna).
O Sr. Ubirajara Alves Macêdo explica para os alunos, curiosidades sobre a gruta de Coração de Jesus/Mg.
As
grutas podem ter desenvolvimento horizontal ou vertical em forma de galerias e
salões. Ocorrem com maior frequência em terrenos formados por rochas
sedimentares, mas também em rochas ígneas e metamórficas, além de geleiras e
recifes de coral. São originárias de uma série de processos geológicos que
podem envolver uma combinação de transformações químicas, tectônicas,
biológicas e atmosféricas. Devido às condições ambientais exclusivas das
grutas, o seu ecossistema apresenta uma fauna especializada para viver em
ambientes escuros e sem vegetação nativa. Outros animais, porém, como os
morcegos, podem transitar entre o interior e exterior.
Durante o percurso até à Gruta, os alunos observam como são formados os bairros da cidade e a vegetação regional acompanhados pelos professores, nesta foto : Mary(ciências e biologia), Doladey ( português) Selma ( geografia) Bira ( arqueólogo).
As
grutas foram utilizadas, em idades remotas, como ambiente seguro e morada para
o homem primitivo, fato comprovado pela imensa variedade de evidências
arqueológicas e arte rupestre encontrados no seu interior.
As
grutas são estudadas pela espeleologia, uma ciência multidisciplinar que
envolve diversos ramos do conhecimento, como a geologia, hidrologia, biologia,
paleontologia e arqueologia.
Alunos da E.E.B.P exploram todos os lados da gruta Madame Cassu.
Formação
De
acordo com a sua formação, as grutas dividem-se em dois grupos: Primárias e as
Secundárias.
Grutas primárias
Grutas primárias
São
grutas primárias aquelas cuja formação é contemporânea à formação da rocha que
a abriga.
Tubos
de lava são exemplos de grutas primárias.
Grutas vulcânicas
Em
regiões com vulcanismo ativo, a lava escoa para a superfície através de um
fluxo contínuo. A lava escoa por canais à medida que o fluxo arrefece e
solidifica, formando os chamados tubos de lava muitas vezes de vários quilômetros
de extensão. Em alguns casos, após o vulcão se tornar inativo, esses tubos
ficam vazios e preservados formando cavidades acessíveis do exterior. Também
podem ser formadas pela existência de bolsas de ar ou outras irregularidades no
magma durante o seu escoamento ou arrefecimento. Nestas grutas costumam
formar-se salas ou canais de pequenas dimensões. As grutas de lava não possuem
formações exuberantes como as grutas criadas por dissolução química. Em geral
possuem paredes lisas e uniformes.
Interior da gruta Madame Cassu em Coração de Jesus/MG.
Grutas de coral
Cavidades
criadas durante o crescimento de recifes de coral, uma vez calcificados e
litificados os corais. Essas cavidades podem ser preservadas e em alguns casos
formam galerias ou salões penetráveis de pequenas dimensões dentro do recife.
Grutas
secundárias
Grutas
secundárias são aquelas que se originam após a formação da rocha que as abriga.
É o caso mais comum de formação de grutas e que envolvem os mais variados
processos de formação.
Grutas cársicas
O
processo mais frequente de formação de grutas é a dissolução da rocha pela água
da chuva ou de rios, um processo também chamado de calcificação. Este processo
ocorre num tipo de paisagem chamado carso ou sistema cársico, terrenos
constituídos predominantemente por rochas solúveis, principalmente as
carbonáticas (calcário, mármore e dolomitos) ou outros evaporitos, como
gipsita. As regiões cársicas costumam possuir vegetação cerrada, relevo
acidentado e alta permeabilidade do solo, que permite o escoamento rápido da
água. Além de grutas, o carso possui diversas outras formações produzidas pela
dissolução ou erosão química das rochas, tais como dolinas, furnas, cones
cársicos, canyons, vales secos, vales cegos e lapiás.
Aula de campo na Gruta Madame Cassu em Coração de Jesus/Mg.
Fase inicial da espeleogénese.
A
rocha calcária possui diversas fendas e faturas por onde as águas superficiais
escorrem em direção ao lençol freático.
O
processo de calcificação ou dissolução química é resultado da combinação da
água da chuva ou de rios superficiais com o dióxido de carbono (CO2)
proveniente da atmosfera ou das raízes da vegetação. O resultado é uma solução
de ácido carbônico (H2CO3), ou água ácida, que corrói e dissolve os minerais
das rochas. O escoamento da água ácida ocorre preferencialmente pelas fendas e
planos de estratificação. Os minerais removidos combinam-se ao ácido presente
na água e são arrastados para rios subterrâneos ou para camadas geológicas mais
baixas, onde se podem sedimentar novamente. Em outros casos podem ser arrastados
para fora por rios que ressurgem e passam a correr pela superfície. As fendas
aos poucos se alargam e tornam-se grandes galerias.
Durante o percurso da aula de campo até à Gruta Madame Cassu atravessamos o rio Canabrava. Rio que banha a cidade de Coração de Jesus/Mg e que hoje tem seu potencial hídrico reduzido devido ao desmatamento e aproveitamento da água em sistemas de irrigação.
Fase intermediária.
A
água corrói e carrega os sais removidos da rocha, formando galerias ao longo de
fratura e camadas de estratificação. O rio superficial pode se tornar
subterrâneo após a formação de um sumidouro e deixa um vale seco no terreno por
onde corria.
Quando
o nível freático baixa naturalmente devido à dissolução e aumento de
permeabilidade de camadas inferiores, as galerias formadas esvaziam-se. Em
muitos casos, tetos que eram sustentados pela pressão da água podem-se
desmoronar, formando grandes salões de abatimento. Estes desmoronamentos podem
levar ao rebaixamento do solo acima dos salões, o que cria dolinas de colapso
(dolina de abatimento). Em alguns casos, essas dolinas abrem-se totalmente até
o nível da sala, resultando numa entrada da gruta (dolina-algar). Outras
entradas podem ser formadas em sumidouros (pontos em que rios entram no solo
formando rios subterrâneos) ou insurgências (pontos de saída da água
subterrânea).
Fase avançada.
O
nível freático rebaixado deixa as galerias secas. O teto em alguns troços
cede, formando salas de abatimento que ficam cheias de detritos. O solo da
superfície baixa sobre os pontos em que ocorreram colapsos (dolinas de
abatimento) ou pela dissolução do solo (dominas de subsidência). Espeleotemas
começam a formar-se nas galerias e salas.
A
calcificação nessas galerias passa a ser construtiva, ou seja, a sedimentação dos
minerais dissolvidos na água passa a construir formações no interior da
caverna. Quando a água atinge as galerias secas através de fendas ou pela
porosidade difusa das rochas (exsudação), o gás carbônico é libertado para a
atmosfera e a calcita ou outros minerais dissolvidos precipitam-se, criando
formações de grande beleza, chamadas coletivamente de espeleotemas.
Embora
haja grutas formadas de diversas rochas carbonadas, as rochas calcárias são
mais estáveis e resistem mais a desabamentos que as dolomitas ou gipsitas. Por
essa razão a maior parte das grutas de dissolução existentes atualmente são
calcárias.
José Carlos Martins (Ed.Física), Selma Galiza (Geografia), Walder (Matemática), Ubirajara Macêdo (Arqueólogo), D.Zelita (proprietária do terreno onde fica a Gruta), Mary Nobre (Biologia), Doladey França (Português), Eva Amaral (Química), Maria auxiliadora (História), Ivana (Geografia e História), Cristina Alves (Ciências) , CB Alex Ney (policial do IBAMA).
Professores e especialistas que acompanharam os alunos durante a aula de campo até a Gruta Madame Cassu em Coração de Jesus/Mg.
Grutas de colapso e erosão mecânica
Alguns
minerais não são solúveis em água e não permitem que o processo de calcificação
ocorra. Por exemplo, os quartzos, sílicas e argelinos são pouco solúveis e rochas
compostas principalmente por esses minerais, como granitos e arenitos, não
permitem a formação de relevo cársico a não ser em condições muito especiais,
como por exemplo, o clima semiárido. Neste tipo de rochas, podem ocorrer
cavidades formadas por fratura ou colapsos resultantes de atividade tectônica
como terremotos e dobras da rocha. Grutas de colapso também podem ocorrer
quando uma camada solúvel abaixo de uma camada de granito ou arenito é
dissolvida e remove a sustentação das camadas superiores. As fraturas
resultantes dos dois processos podem eventualmente atingir grandes dimensões e
quando se estendem até à superfície, permitem a visitação. Se esta fissura está
total ou parcialmente abaixo do nível freático, a água pode aumentar a caverna
por erosão mecânica, mas não por dissolução. Em muitos casos as grutas de
arenito podem ser expandidas também pela erosão eólica. Grutas desse tipo são
muito estáveis e em geral são originadas por processos geológicos mais antigos
que as grutas por dissolução química.
Como
o processo de formação e crescimento dessas grutas não é químico, elas não
costumam possuir espeleotemas, a não ser em raros casos em que uma camada de
rocha carbonada esteja acima da caverna. Em condições especiais, podem
ocorrer espeleotemas de sílica em grutas de arenito, como os presentes na Gruta
do Lapão e na Gruta do Riachinho, na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil.
Grutas de gelo
Gruta
de gelo é o nome dado a algumas grutas de rocha, formadas por qualquer dos
processos descritos acima, que podem localizar-se em regiões muito frias do
globo e possuem temperaturas abaixo de 0°C durante todo o ano em pelo menos uma
parte da sua extensão. Estas grutas têm o seu interior congelado ou com a
presença de precipitações de gelo tornando-as tão exuberantes como as grutas
cársicas.
Este
tipo especial de caverna não é formado na rocha, mas no gelo de glaciares. A
passagem da água da parte superior da geleira para o leito rochoso produz tubos
que podem ter desenvolvimento horizontal ou vertical. Embora durem muitos anos,
estas grutas são instáveis e podem desaparecer completamente ou mudar de
configuração ao longo dos anos. Ainda assim podem ser utilizadas para estudar o
interior das geleiras e são valiosas por permitirem o acesso a amostras de gelo
de diversas idades, usados em estudos de paleoclimatologia.
Grutas marinhas
Grutas marinhas
Grutas
marinhas podem ser totalmente submersas no leito oceânico ou formações
parcialmente submersas em falésias rochosas da costa. As primeiras são abismos
ou fendas que podem atingir grandes profundidades e são visitáveis por
mergulhadores ou robôs submersíveis. Estas grutas em geral, são de origem tectônica.
Grutas
de costa podem resultar de diferentes processos. Um deles é a erosão mecânica
das ondas que abre cavidades na rocha. Em alguns casos, pode abrir-se outra
extremidade no lado da terra e permitir o acesso por ambos os lados. Grutas
formadas por processos tectônicos ou dissolução química podem-se tornar
parcialmente submersa com o rebaixamento do terreno ou pelo aumento do nível do
mar. Também é possível que rios subterrâneos originários de grutas cársicas
próximas à costa desaguem diretamente no mar, abrindo passagens entre a terra e
o oceano. Nestes casos também pode ser possível o acesso por ambas as
extremidades. Algumas dessas grutas podem atingir grandes extensões.
No interior da Gruta Madame Cassu existe pouca luminosidade ou quase nenhuma se totalmente dentro da gruta. Os alunos foram equipados com lanternas para conseguirem observar os detalhes da gruta e ficaram encantados com a beleza natural da formação calcária existente lá.
Origem das Grutas
As
grutas constituem um atrativo natural, proporcionando cenas agradáveis à
visitação pública e uma fonte de controvérsias científicas para geólogos
naturalistas e espeleólogos, especialistas que as estudam.
A formação de uma gruta depende do trabalho químico e mecânico das águas subterrâneas e propriedades físicas do terreno.
A formação de uma gruta depende do trabalho químico e mecânico das águas subterrâneas e propriedades físicas do terreno.
Durante o percurso os alunos observaram as palmeiras de côco Macaúbas, o cerrado, a caatinda e áreas exploradas para pastagens e criação de gado próximo à Gruta Madame Cassu em Coração de Jesus/MG.
Formação de grutas calcárias
Na
formação de grutas calcárias dois agentes atuam: os agentes químicos e os
agentes físicos, sendo que, percentualmente, esta atuação pode ser considerada
à razão de 90% e 10% respectivamente.
Como
o nome já indica, a gênese de uma gruta calcária é estudada à partir de sua
constituição: a dissolução e alteração do calcário através de processos
químicos realizam-se através do dióxido de carbono dissolvido na água e mais
oxigênio, diversos ácidos e produtos orgânicos que provém do solo.
Essa
dissolução do calcário acontece devido a infiltração de águas e em nível
próximo ao lençol freático. Por essa infiltração as águas carregadas de carbono
vão penetrando através das fendas e diáclases do calcário. O CO2 reage,
transformando o carbonato de cálcio (CaCo3) em bicarbonato ácido de cálcio -
Ca(HCO3)2 - solúvel e levado pelas águas. Essa água então seguirá sua direção
natural, às vezes a muitos quilômetros da origem. Com a circulação pelas fendas
e fraturas, estas vão se alargando lentamente dando aberturas de formas
variáveis, que o trabalho das águas vai aumentando com o tempo, formando mais
cavidades na rocha. As dimensões das grutas assim formadas vão depender do
sistema de juntas e fraturas, de sua quantidade e da infiltração das águas.
Analisando
o calcário veremos o Ca(HCO3)2 facilmente redepositado sob forma de CaCO3
(Calcita) com a evaporização total ou parcial da água de solução. Além desses
cursos de áua subterrâneos existe paralelamente um lento derrame de água,
contendo calcário dissolvido através das fendas, diáclases, tetos e paredes das
grutas.
Os
agentes físicos, embora considerados mínimos, merecem citação pelo trabalho de
estrutura que exercem: aquecimento e resfriamento que provocam fraturas e
diáclases por onde penetram as águas, faíscas elétricas formando redes de
fraturas, desagregação do calcário formado pelas partículas arrastadas, o
impacto causado pela força dos cursos d'água através das galerias provocando
desagregação, e a gravidade, o principal agente físico atuando não diretamente
mas que vai influir na conformação da gruta.
O professor de Matemática Walder e Professor de Educação Física José Carlos, observam com os alunos as maravilhas do cerrado corjesuense.
Evolução das grutas
A
gruta não é produto de um fenômeno estático. Tem seu nascimento e evolução até
alcançar a maturidade, quando entra em processo destrutivo até desaparecer. Em
cada uma de suas fases evolutivas, temos um tipo característico da morfologia.
Em sua infância, quando ainda não é uma gruta, a corrosão terá um papel predominante,
daí existirem grutas nas rochas suscetíveis de sofrer dissolução.
Para cada uma dessas fases de evolução há uma morfologia específica. Na infância, predominará a corrosão. E para exercer a ação corrosiva a água necessita estar impregnada de CO2, e de tempo, pois uma circulação rápida produz erosão e não corrosão.
Para cada uma dessas fases de evolução há uma morfologia específica. Na infância, predominará a corrosão. E para exercer a ação corrosiva a água necessita estar impregnada de CO2, e de tempo, pois uma circulação rápida produz erosão e não corrosão.
Com
a erosão aparecendo, vem as fases juvenis, atuando, aí a erosão livre,
turbilhante. A gruta aumenta suas dimensões. Começa a se produzir em
superposição de formas, aparecem galerias de conjugação, a água circula
livremente e a erosão é exuberante. Aparece a morfologia de afundamento. A
gruta atinge a maturidade.
Enquanto
se formam os primeiros espeleotemas a água, com grande poder dissolvente, chega
às fendas carregando carbonato de cálcio suficiente para iniciar as primeiras
formas de reconstrução. Aí surgem as estalactites. A estalagmite vem depois,
pois dependem da circulação inferior.
As
águas abandonadas iniciam um novo ciclo de evolução. Esse abandono de água pode
ser provocado por elevação da região. Na gruta primitiva abrem-se poços e a
água é expulsa. A gruta entra na última fase evolutiva e aparece a morfologia
senil. Diz-se que tal gruta foi fossilizada. Essa fossilização é o seu fim
natural.
Esse
ciclo descrito anteriormente nem sempre se apresenta completo: juvenil, madura,
senil e fóssil.
Às
vezes uma fase deixa de se apresentar. Entretanto, o ciclo morfológico de uma
gruta é de suma importância para o seu estudo espeleológico e pode gerar três
fases: morta, senil e fóssil.
Morta
Quando
a água (agente formador) deixou de circular e isso depende da morfologia
apresentada.
Senil
Apresenta
abundantes espeleotemas, mostrando o fenômeno da reconstrução.
Fóssil
Completamente
preenchida de depósitos de carbonato de cálcio, argila, aluviões e com isso,
deixa de ser uma gruta.
Alunas da EJA 2 também participaram da aula de campo como atividade complementar extra-classe.Vimos, então, que se o ciclo se desenvolvesse perfeitamente de acordo com a morfologia, uma gruta chegaria ao estado de gruta morta com uma morfologia senil e esta finalmente conduziria a uma fossilização.
Entretanto,
uma gruta pode ser abandonada pelas águas na fase juvenil, antes de entrar na
maturidade. Então teremos uma gruta morta mas com morfologia juvenil. E assim
outros casos, como uma gruta em fase juvenil se fossiliza por aluviamento. Ela
chegará ao estado fóssil sem haver passado por maturidade e senilidade.
Quanto
maior o número de ciclos passados na vida de uma gruta, maior dificuldade se tem
para distinguir os vestígios deixados pelos primeiros habitantes. Podem existir, portanto,
grutas fossilizadas no estado juvenil, ou com morfologia de maturidade.
1- Quando chove, a água da chuva dissolve o
dióxido de carbono existente na atmosfera, e forma um ácido fraco (ácido
carbónico). Este ácido entra nas fendas das rochas calcárias dissolvendo os
ácidos orgânicos aí existentes, formando hidrogenocarbonato de cálcio. A lenta
circulação das águas pelas fendas leva à dissolução do calcário.
2-
Ao longo
do tempo as fendas vão alargando e às vezes formam largos e longos canais
subterrâneos onde há circulação da água (rios subterrâneos). As suas zonas
alargadas correspondem às grutas.
3- As águas em circulação subterrânea
(hidrogenocarbonato de cálcio) podem saturar-se, originando uma nova
precipitação de calcite libertando dióxido de carbono, carbonato de cálcio e
água. Como o carbonato de cálcio é menos solúvel precipita, e forma as Tabulares
de Calcite. A água vai circulando no interior e no exterior da Tabular e dá-se
uma deposição de cristais de calcite, perpendicularmente a essa parede,
engrossando o Tabular até á forma das estalactites.
4- A contínua circulação da água leva a que os
pingos ao caírem no fundo da gruta, precipitem o carbonato de cálcio, se
deposite a calcite, formando sucessivas camadas (perpendiculares ao chão), que
dão origem às estalagmites.
5- Quando as estalactites e as estalagmites se
unem, formam uma coluna(demora milhões de anos).
Gruta de Bom Jesus da Lapa/BA.
Embora existam cavernas em ambientes rochosos, especialmente em regiões costeiras, os sistemas mais conhecidos e famosos por sua beleza plástica se encontram em ambientes kársticos, ou seja, em locais cujo solo e subsolo são ricos em carbonatos (calcários e dolomitas).
O
processo de formação dessas cavernas é um bom exemplo de sistema de equilíbrios
químicos múltiplos, começando com a degradação da matéria orgânica existente
nas camadas superiores do solo, com a consequente formação de gás carbônico, CO2(g).
A solubilidade do gás carbônico em água é decorrente da sua pressão parcial, ou
seja, com o aumento desta pressão, devido à decomposição da matéria orgânica,
há um aumento na concentração do CO2 dissolvido na água (CO2 (aq)). O CO(aq) reage
com as moléculas da água dando origem ao ácido carbônico. Essa reação é típica
dos anidridos (anidrido+água = ácido). Como todo ácido fraco,o ácido carbônico
se dissocia, parcialmente, produzindo o ânion correspondente (bicarbonato) e o
íon hidronium (hidrogênio ácido). Esse hidrogênio ácido promove, então, a
dissolução do carbonato – por exemplo, carbonato de cálcio - dando origem ao
processo de formação das cavernas.
Gruta de Bom Jesus da Lapa/BA.