O Continente americano e as placas tectônicas
A placa Sul-americana é uma placa tectônica continental que inclui o continente da América do Sul e se estende para leste até
à Dorsal Média
Atlântica.
A fronteira leste é um limite divergente com a placa africana, formando a parte meridional
da Dorsal Média
Atlântica. A fronteira sul é um limite com a placa Antarctica
e com a placa de scotia . A fronteira
oeste é um limite convergente com a placa de Nazca, que se afunda sob a
sul-americana. A fronteira norte é um limite com a placa caribenha.
O ocidente, a placa
de Farallon tem vindo a afundar-se sob a placa sul-americana desde
o período Jurássico. Os restos
dessa placa (hoje conhecidos por placa de Cocos) e a placa de Nazca continuam ainda hoje a
afundar-se sob o bordo ocidental da placa sul-americana.
Por estar bem no centro desse bloco, o Brasil
sente muito pouco efeitos de vulcões e terremotos. A placa possui 32 milhões de
Km². No centro do continente, mede 200 Km de espessura e na borda da placa, com
a África, os terrenos mais jovens não passam de 15 Km.
O deslocamento da placa tectônica sul-americana,
que se afasta 1,50 centímetro por ano da africana, é acompanhado pelo manto
superior terrestre até a profundidade de 700 km no Brasil. O deslocamento
envolve também o manto inferior, mais próximo do núcleo. Até agora,
acreditava-se que apenas uma camada de 100 a 200 km de profundidade do manto
superior acompanhasse o movimento da placa. A descoberta, realizada pelo
geofísico Marcelo Assumpção, da Universidade de São Paulo (USP), contribui para
uma melhor compreensão da dinâmica das placas tectônicas.
Placas tectônicas são os enormes blocos rochosos
que compõem a superfície terrestre. Elas são movidas por correntes de convecção
geradas pela transmissão do calor contido no interior do planeta. O calor
aquece o material do manto, que dilata, torna-se mais leve e sobe. No topo,
quando esfria, torna-se mais denso e tende a descer. As correntes de convecção
podem gerar plumas - colunas de rochas quentes formadas no limite entre o
núcleo externo e o manto inferior. As plumas podem atingir a superfície
terrestre, perfurar a crosta e causar vulcanismo.
Sabe-se que uma pluma está associada à ruptura do
continente de Gondwana, que reunia a África e a América há 130 milhões de anos.
Assumpção observou um pedaço dessa pluma hoje inativa (fóssil), situada entre
200 e 700 km abaixo da região em que hoje se situa o sudeste brasileiro. A
localização da pluma foi fundamental para mostrar que o manto superior
terrestre acompanhou o movimento da placa sul-americana até pelo menos
700 km de profundidade. "A coluna estava embaixo do continente
sul-americano quando ele ainda estava junto com a África. Se ele tivesse andado
sozinho, a pluma deveria estar no meio do oceano ", explica Assumpção.
O mesmo estudo identificou a existência de um
bloco de rochas mais frias a cerca de 1.300 km de profundidade abaixo do
sudeste brasileiro. Para Assumpção, pode se tratar de um pedaço da placa de
Nazca. Acreditava-se que essa placa, que começa no fundo do Oceano Pacífico,
atingiria apenas 600 km de profundidade. Ela se chocou com a placa
sul-americana e, por ser mais leve, mergulhou sob ela. Nesse caso, a placa
tectônica afunda no manto e, sob ação de altas temperaturas, pode se dissolver
e confundir-se com ele. Aceitava-se que o fenômeno aconteceria a 700 km de
profundidade. Encontrar a placa de Nazca a uma profundidade de 1.300 quilômetros
mostra que placas em mergulho podem permanecer intactas a profundidades
superiores.
Entendendo as placas tectônicas
Placas tectônicas ou placas litosféricas são
gigantescos blocos que compõem a camada sólida externa da Terra. Esses “blocos”
estão em constante movimento, podendo formar zonas de convergência de placas
(colisão de diferentes placas) ou zonas de divergência de placas (as placas se
afastam umas das outras). Esses processos são responsáveis por fenômenos como,
por exemplo, os terremotos e a expansão de oceanos.Entendendo as placas tectônicas
As principais placas tectônicas são:
Placa do Pacífico – Com aproximadamente 70 milhões de quilômetros quadrados, essa é a maior placa oceânica, abrange a maior parte do oceano Pacífico. Ela é renovada em suas bordas, onde há separação das placas vizinhas e a expansão do assoalho marítimo.
Placa de Nazca – Possui extensão de 10 milhões de quilômetros quadrados, e está localizado no leste do oceânico Pacífico, que fica 10 centímetros menores a cada ano, por chocar-se com a placa Sul-Americana. O choque entre essas duas placas originou a Cordilheira dos Andes.
Placa Sul-Americana – É uma placa continental que possui 32 milhões de quilômetros quadrados. O território brasileiro está localizado no centro dela, onde a espessura é de 200 quilômetros, por esse motivo o país é pouco afetado por terremotos e vulcões.
Placa Norte-Americana – Possui 70 milhões de quilômetros quadrados, e abrange a América do Norte, a América Central e a Groelândia, além de uma parte do oceano Atlântico. O deslocamento horizontal em relação à placa do Pacífico desencadeia vários terremotos, principalmente na Califórnia.
Placa Africana – Com 65 milhões de quilômetros quadrados, essa Placa engloba todo o continente africano. A sua colisão com a Placa Euroasiática originou o mar Mediterrâneo e o Vale Rift. A Placa Sul-Americana e a Placa Africana formam uma zona de divergência, ou seja, elas estão se afastando uma da outra, conforme monitoramentos realizados por satélites, elas se afastam cerca de 3 cm por ano.
Placa Antártica – Consiste numa placa continental com 25 milhões de quilômetros quadrados. A parte leste da placa, que há 200 milhões de anos estava junto do que hoje é a Austrália, a África e a Índia, chocou-se com pelo menos cinco placas menores que formavam o lado oeste.
Placa Indo-Australiana – É formada pela Placa Australiana e a Indiana, seus 45 milhões de quilômetros quadrados englobam a Índia, a Austrália, a Nova Zelândia e parte do oceano Índico. Forma uma zona de convergência com a Placa das Filipinas, fato que promove o surgimento de ilhas.
Placa Euro-asiática Ocidental – É um “bloco” que possui 60 milhões de quilômetros quadrados, nele estão o continente europeu e o extremo oeste da Ásia.
Placa Euro-asiática Oriental – Abriga o continente asiático. Sua extensão é de 40 milhões de quilômetros quadrados. Essa placa forma uma zona de convergência com as placas das Filipinas e do Pacífico, sendo uma das regiões com maior ocorrência de vulcões e terremotos do planeta.
Placa das Filipinas – É uma placa oceânica, localizada no oceano Pacífico. Sua área é de 7 milhões de quilômetros quadrados, nela estão presentes quase a metade dos vulcões ativos da Terra. Forma uma área de convergência com a Placa Euroásiatica Oriental.
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