A região que compreende o Oriente Médio está
localizada na porção oeste do continente asiático, conhecida como Ásia
ocidental. Possui extensão territorial de mais de 6,8 milhões de quilômetros
quadrados, com população estimada de 260 milhões de habitantes. É composta por
15 países: Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Emirados Árabes Unidos,
Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia.
Clima:
O clima do Oriente Médio é árido e semiárido, o que
proporciona o predomínio de uma paisagem vegetal marcada pela presença de
espécies xerófilas (nas áreas de clima árido), ou de estepes e pradarias (nas
áreas de clima semiárido). Apenas pequenas faixas de terra, na porção
litorânea, apresentam climas um pouco mais úmidos, onde há presença de
formações vegetais arbustivas.
Atividades Econômicas:
O petróleo é o principal produto responsável pela
economia dos países do Oriente Médio. Nessa região está localizada a maior
concentração mundial dessa fonte energética (aproximadamente 65% de todo o
petróleo mundial). Essa grande quantidade de petróleo, aliada a fatores
econômicos e políticos, criou as condições para a formação, em 1960, de um dos
mais importantes cartéis do mundo atual, a Organização dos Países Exportadores
de Petróleo (OPEP).
Outra atividade econômica importante no Oriente
Médio é a agropecuária. Por ser realizada dominantemente de forma tradicional,
com uso de pouca tecnologia e mecanização, essa atividade incorpora cerca de
40% da população economicamente ativa. O predomínio de climas áridos e
semiáridos na região é bastante prejudicial para o desenvolvimento dessa
atividade econômica.
A atividade industrial no Oriente Médio apresenta
pouca expressividade. Nos países petrolíferos, há a existência de refinarias e
petroquímicas. Outras indústrias se relacionam aos setores mais tradicionais,
como o têxtil e o alimentício.
O turismo é outra atividade que vem apresentando
importância para alguns países do Oriente Médio, a exemplo de Israel e Turquia
(que recebem cerca de 2,5 milhões de turistas por ano).
Religiões:
No Oriente Médio, aproximadamente 238 milhões
de pessoas (cerca de 92% da população) são muçulmanas. A maioria pertence às
seitas sunita e xiita (sugeridas logo após a morte do profeta Maomé, em 632
d.C.). Há grupos menores de muçulmanos, como os drusos e os alauitas.
A região abriga ainda cerca de 13 milhões de
cristãos, muitos de igrejas árabes, como a copta ou a maronita, que estão entre
as mais antigas do cristianismo. Além disso, também vivem no Oriente Médio
cerca de 6 milhões de judeus, quase todos em Israel. A migração desses deu-se
em ondas, originárias primeiro da Europa e, depois, de todo o mundo. Por isso,
no Estado judeu encontram-se inúmeros grupos étnicos cujas culturas, tradições,
orientações políticas e práticas religiosas variam muito e são livremente
expressas.
O
Oriente Médio e a escassez de água
O Oriente Médio é
um subcontinente da Ásia que possui clima árido, por isso não há muitos
recursos hídricos (água subterrânea, rios e lagos) na região.
Os países que
fazem parte do Oriente Médio são ricos em petróleo, no entanto, são pobres em
água. Essas nações enfrentam sérios problemas relacionados à escassez de água.
Diversos países,
como a Arábia Saudita e as pequenas nações do Golfo Pérsico, fazem dessalinização
da água do mar, mesmo assim são grandes compradores de água mineral.
Na região do
Oriente Médio, os países que detêm em seu território nascentes de água, rios e
aquíferos, são privilegiados por possuir esse riquíssimo e raro recurso.
Diante da escassez
de água, surgem conflitos entre países para definir quem domina as pouquíssimas
bacias hidrográficas e águas subterrâneas. Um exemplo de disputa por água
existe entre Israel, Líbano, Síria e Jordânia, que, por serem países
fronteiriços, disputam o domínio da Bacia do rio Jordão.
No ano de 1967,
Israel invadiu a Síria, que abriga em seu território a colina de Golã, onde
está a nascente do rio Jordão. Esse rio é praticamente a única fonte de água
para Israel e Jordânia.
O Oriente Médio,
nos últimos anos, apresentou um crescimento populacional, o que elevou o
consumo de água e reduziu a quantidade da mesma disponível nos mananciais, fato
que tem contribuído para agravar ainda mais os focos de conflito entre os
países.
Outro foco de
conflito acontece nas proximidades dos rios Tigre e Eufrates. Ambos nascem em
território turco e o escoamento de suas águas segue rumo ao Golfo Pérsico;
abastecendo a Síria e o Iraque.
Diante disso, esses países temem o controle turco sobre as nascentes dos rios; pois a Turquia pode represar suas águas para realização de irrigação, construção de usinas hidrelétrica ou para qualquer outro fim. Dessa forma, o abastecimento da Síria e do Iraque ficaria comprometido.
Diante disso, esses países temem o controle turco sobre as nascentes dos rios; pois a Turquia pode represar suas águas para realização de irrigação, construção de usinas hidrelétrica ou para qualquer outro fim. Dessa forma, o abastecimento da Síria e do Iraque ficaria comprometido.
Atividade
industrial no Oriente Médio
A economia do Oriente Médio está extremamente
ligada à produção de petróleo, uma vez que tal subcontinente abriga a maior
jazida do minério no mundo.
Em contrapartida, o setor industrial não detém o
mesmo destaque, salvo Israel. Só agora que a maioria dos países do Oriente
Médio está iniciando um processo efetivo de industrialização. De maneira
generalizada, a produção industrial na região gira em torno do seguimento
têxtil (confecção de tapetes, como por exemplo, os persas), além das indústrias
alimentícias.
A maioria dos parques industriais presentes dentro
do Oriente Médio encontra-se nas principais cidades, tais como Ancara (capital
da Turquia), Damasco (Síria), Bagdá (Iraque) e Teerã (Irã).
Todo recurso gerado pela produção petrolífera tem
sido empregado no desenvolvimento tecnológico das refinarias e indústrias
petroquímicas em países como Irã, Iraque e Arábia Saudita.
Em Israel, apesar das adversidades naturais de
ordem climática, o país possui um relativo desenvolvimento industrial,
atividade responsável por 30% do PIB (Produto Interno Bruto). O parque
industrial desse país é localizado, sobretudo, nas cidades de Telavive e Haifa,
as quais detêm cerca de 25% do PEA (População Economicamente Ativa) nacional.
Encontra-se também, indústrias tradicionais (alimentícias e têxteis), além de
indústrias que atuam na lapidação de diamantes, na produção de equipamento
bélico e eletroeletrônicos.
Questões
sobre a população do Oriente Médio
Durante séculos, grande parte do Oriente Médio
esteve sob o controle político do Império Otomano, que esteve centrado em
Istambul, localizada na atual Turquia. Desde a invasão francesa do Egito em
1798, os países europeus começaram a intervir na política do Oriente Médio. O
controle colonial europeu atingiu seu auge ao final da Primeira Guerra Mundial,
quando o Império Otomano foi desmembrado e entregue à Grã-Bretanha e França.
Alguns Estados do Oriente Médio (Irã, Egito,
Turquia, Iraque e Arábia Saudita) conseguiram a independência da Grã-Bretanha e
da França entre as décadas de 1920 e 1930. O restante obteve a independência
entre 1944 e 1971. O traçado de suas fronteiras não correspondeu ao ideal de
nação ou muito menos aos anseios das sociedades em questão, algo que também foi
comum no continente africano. Após a independência, com raras exceções,
monarcas e ditadores governaram o Oriente Médio. Como em todas as zonas
pós-coloniais, o Oriente Médio começou a enfrentar dois desafios: a criação de
estabilidade política e o desenvolvimento econômico.
A estabilidade política da região tem sido afetada
por fatores internos e externos. Internamente, golpes de Estado, guerras civis,
revoluções e disputas por fronteiras contribuíram para a instabilidade
política. Externamente, a importância atribuída ao Oriente Médio por potências
estrangeiras (Estados Unidos e União Soviética por boa parte do século XX, e
alguns Estados europeus) também tem servido como um fator complicador na vida
política da região.
Entre as décadas de 1950 e 1970, ocorreu na região
uma tentativa de formar uma integração regional a partir de valores e
identidade cultural a fim de fortalecer a Liga Árabe, instituição criada após a
Segunda Guerra Mundial, e promover o Pan-arabismo. O ex-presidente egípcio
Gabal Abdal Nasser foi o principal idealizador desse projeto. Em 1956, o Egito
nacionalizou o Canal de Suez, importante passagem entre o Mar Mediterrâneo e o
Mar Vermelho, com a reação imediata de França, Inglaterra e Israel, que
invadiram o Egito. Devido a acordos estabelecidos pela URSS e Estados Unidos,
os países invasores recuaram e o Egito saiu fortalecido, aumentando os ideais
do Pan-arabismo. Após a morte de Nasser em 1970 e da Guerra do Yom Kippur, em
1973, o Pan-arabismo foi lentamente atenuado e acabou desacreditado pelas suas
populações.
Durante os anos 1990, alguns Estados do Oriente
Médio foram movendo-se lentamente para uma maior democratização. Já bem
estabelecida em Israel e Turquia, a democracia começou a mostrar sinais de
enraizamento em muitos - mas não em todos - os países do Oriente Médio. Este movimento
em direção à democracia é uma resposta às demandas dos cidadãos para uma maior
participação na vida política de seus países e as esperanças dos dirigentes
políticos de ganhar legitimidade, tanto no seu Estado quanto no exterior.
Os fatores responsáveis pela falta de
desenvolvimento econômico na região estão relacionados ao petróleo: as rendas
desse recurso estão concentradas no poder de empresas transnacionais que atuam
na região e no controle estatal, em geral integrado a oligarquias representadas
por príncipes, monarcas e sheiks. Além disso, as divisas do petróleo acabam
sendo investidas na própria cadeia produtiva do petróleo (prospecção, extração,
comércio, refinamento, produção de derivados etc.), não ocorrendo uma
diversificação da estrutura industrial a partir dos ganhos com a venda do
petróleo bruto. Cabe ressaltar também as flutuações no valor do barril do
petróleo que impedem um planejamento econômico equilibrado e de longo prazo,
ainda mais nesses países que dependem exclusivamente da sua extração.
Ainda em 1960, as nações árabes definiram a
formação de um cartel que envolvia os grandes produtores mundiais de petróleo,
em sua maioria no Oriente Médio: a OPEP (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo). A criação do grupo tinha como maior objetivo reduzir a influência
das corporações ocidentais que controlavam a extração e produção de petróleo,
que naquele momento eram conhecidas como “as sete irmãs” (atualmente
correspondendo às empresas ExxonMobil, ChevronTexaco, Shell e BP). Com os avanços
de Israel em direção às áreas palestinas, a OPEP aumentou os valores do barril
de petróleo como forma de protesto à falta de iniciativa do mundo ocidental em
procurar uma resolução para o conflito. Em 1973, isso resultou no 1º Choque do
Petróleo, mas os interesses da OPEP acabaram se restringindo a razões
econômicas e, após esse episódio, não foi possível apontar o cartel como
defensor dos interesses dos povos árabes, pois mesmo em alguns desses países
que detêm as reservas de petróleo, as desigualdades sociais são acentuadas.
As religiões no
Oriente Médio
O Oriente Médio
possui uma população de aproximadamente 260 milhões de habitantes com enorme
diversidade étnica e cultural entre os habitantes, fator responsável pelos
conflitos naquela região. Um dos elementos diversificados é a religião, com
crenças diferentes e disputa por territórios considerados sagrados.
As três
principais religiões monoteístas, ou seja, crença na existência de um único
Deus, surgiram no Oriente Médio: O Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo.
A religião com
maior número de seguidores é o Islamismo (90% da população). É uma religião
monoteísta, fundamentada nos ensinamentos de Mohammed, ou Muhammad, chamado
pelos ocidentais de Maomé. Após a morte de Maomé, a religião islâmica sofreu
ramificações, ocorrendo divisão em diversas vertentes com características
distintas. Os segmentos do Islamismo que possuem maior quantidade de adeptos
são a dos sunitas (maioria) e a dos xiitas. Ao contrário do que muitos pensam,
o Islamismo não é dividido apenas em sunitas e xiitas, existem vários outros
grupos menores, entre eles estão os drusos e os alauítas.
A segunda maior
religião em números de seguidores no Oriente Médio é o Cristianismo. A região
abriga cerca 12 milhões de cristãos, muitos de igrejas árabes, como a Copta ou
a Maronita, que estão entre as mais antigas do Cristianismo. Os países com a
maior quantidade de cristãos são a Síria e o Líbano.
Além disso,
também vivem no Oriente Médio mais de 6,5 milhões de Judeus, quase todos em
Israel. O território que atualmente corresponde à Palestina já foi habitado por
judeus há cerca de quatro mil anos, no entanto, foram expulsos durante o
Império Romano. Os judeus retornaram para o Oriente Médio através de fluxos
migratórios, que se fortaleceram com a construção do Estado de Israel, em 1948.
Esse fato é um dos principais responsáveis pelos constantes conflitos entre
judeus e palestinos, pois Israel está anexando territórios habitados por
palestinos.
A cidade de
Jerusalém é disputada pelas três grandes religiões. É um local sagrado para o
Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo. Confira a importância simbólica de
Jerusalém para essas religiões:
- Islamismo: Domo
da Rocha, em Jerusalém, é o terceiro local mais importante no Islamismo, de
onde Maomé subiu aos céus.
- Cristianismo:
Igreja do Santo Sepulcro, localizada em Jerusalém, assinala o local tradicional
da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus Cristo.
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