AULA DE CAMPO - LOCALIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO

aula de Campo
Além dos muros da escola.Alunos do 6ºano"B" da E.E.Benício Prates em aula de campo monitorada pela prof.Geografia Selma Galiza.
A aula de Campo constitui-se numa prática de fundamental relevância para a compreensão e leitura do espaço geográfico, principalmente, pela possibilidade de estreitamento que estabelece entre teoria e prática. Embora seja uma metodologia muito utilizada na pesquisa, desde os geógrafos clássicos, no ensino básico(principalmente nos níveis fundamental e médio) é muito aplicada como prática pedagógica para construção de conceitos e discussão da realidade cotidiana do aluno.Como exemplo, observamos sua aplicação na E.E.Benício Prates pela prof.Geografia Selma Galiza.

A rosa-dos-ventos utilizada para orientação.
Alunos do 6º ano "A" da E.E.Benício Prates em aula de campo monitorada pela prof.Geografia Selma Galiza.

Para chegar a um determinado lugar pela primeira vez é preciso ter referências ou o endereço, isso no campo ou na cidade, no entanto, nem sempre temos em nossas mãos instrumentos ou informações para a orientação. Em áreas naturais como as grandes florestas, desertos e oceanos não têm placas ou endereços para informar qual caminho se deve tomar.

Nessas circunstâncias temos duas opções para nos orientar, que são pelos astros ou por instrumentos.

O primeiro tem sua utilização difundida há muito tempo, principalmente no passado quando pessoas que percorriam grandes distâncias se orientavam por meio da observação do sol, da lua ou das estrelas, apesar de que não possui a mesma precisão dos instrumentos esse tipo de recurso pode ser bem aproveitado dependendo da ocasião.Os alunos aprendem a utilizar a rosa-dos-ventos e a bússola em contato direto com o meio ambiente.

Até nos dias atuais pequenas embarcações desprovidas de equipamentos de orientação fazem o uso dos astros para se localizar e orientar. Nos grandes centros urbanos parte deles ou mesmo um conjunto de bairros são chamados de zona oeste, zona leste e assim por diante, as pessoas se orientam sem estar munidas de bússola, basta saber que o sol nasce leste para se localizar.

Já no caso da orientação por instrumentos foram criados diversos deles com objetivo de tornar o processo mais dinâmico e preciso. Dentre vários instrumentos inventados o mais utilizado é a bússola, esse corresponde a um objeto composto por uma agulha com imã que gira sobre uma rosa-dos-ventos.

Rosa dos ventos

Os alunos do 6º ano "B", orgulhosos por terem construídos suas próprias rosa-dos-ventos, descobrindo a utilidade da mesma.

A rosa-dos-ventos é uma figura nos quais estão presentes:
  • Os pontos cardeais: Norte (N), sul (S), Oeste (O, ou West, em inglês) e Leste ou Este (L ou E);
  • Os pontos colaterais: Noroeste (NO), nordeste (NE), sudoeste (SO) e sudeste (SE);
  • Os pontos subcolaterais, és-nordeste (ENE), nor-nordeste (NNE), su -sudeste (SSE), és-sudeste (ESE), oés-sudoeste (OSO), su-sudoeste (SSO), nor-noroest e (NNO), oés-noroeste (ONO);
  • Os intermediários.

    Esses são os pontos que facilitam a orientação na superfície terrestre. A noção a respeito desses pontos de orientação é fundamental para estabelecer os deslocamentos aéreos e marítimos, por exemplo, ou em locais onde não há estradas, como regiões desérticas e áreas florestais.
  • As estrelas do céu

    Alunas do 6º ano "A" aprendendo orientação e localização no Morro de Lourdes da Cidade de Coração de Jesus-MG.

    Sem equipamentos é possível orientar-se por alguns astros. Os astros sempre tiveram um papel importante na orientação de homens e mulheres ao longo da história, em particular nos deslocamentos de longa distância. Somente mais recentemente, no decorrer do século 20, com o avanço tecnológico mais acelerado, é que equipamentos, como o GPS , passaram a dispensar, praticamente, os astros na orientação.

    No entanto, precisamos pensar que observar o céu numa noite sem nuvens - sobretudo, longe de uma grande cidade, atentar para a seqüência das fases da Lua com o passar das semanas, apreciar um nascer ou um pôr-do-Sol são momentos de contemplação da natureza benéficos para o corpo e para o espírito, além de serem uma oportunidade para conhecermos/entendermos mais sobre o mundo que nos cerca e despertar nosso o interesse pelo estudo de uma série de aspectos que cercam a existência do nosso planeta e demais astros do Universo, além da nossa própria existência.

    Mas atenção! Nunca olhe diretamente para o Sol, pois isso pode causar danos aos olhos, inclusive, cegueira.

    Orientação pelos astros

    A orientação pelos astros depende de uma série de condições que estão relacionadas, por exemplo, à situação do tempo atmosférico (é preciso que o céu esteja limpo), à localização do observador no planeta Terra - distância em relação à linha do Equador -, à época do ano, e sem a utilização complementar de equipamentos astronômicos, essa orientação não será totalmente precisa. Trata-se de uma orientação aproximada.

    A orientação pelo Sol está baseada no seu movimento aparente - é a Terra que gira em torno do seu próprio eixo (movimento de rotação da Terra), e é por isso que afirmamos ser um movimento aparente. Esse astro aparece, não exatamente na mesma posição, que varia no decorrer do ano, mas de um mesmo lado, que é o Leste (oriente), e põe-se no lado oposto, o Oeste (ocidente). Determinando-se um lado, no nascer ou pôr-do-sol, pode-se, de modo aproximado, utilizar os pontos de orientação e, a partir daí, orientar-se.

    Saber orientar é saber localizar-se no espaço geográfico em que vivemos.

    É comum afirmar-se que a orientação pela Lua somente pode ser à noite. O geógrafo e astrônomo Paulo Henrique Sobreira destaca que "independente da fase da Lua e do horário, ela sempre surge no lado Leste e desaparece no lado Oeste. Os horários de nascer e ocaso da Lua variam principalmente de acordo com suas fases. Na Lua Cheia, por exemplo, em uma dada localidade, ela nasce pro volta das 18h (...) e se põe próximo às 6h. No dia seguinte, o nascer e o ocaso ocorrerão cerca de 50 minutos mais tarde para aquela mesma localidade. Dessa forma, a Lua pode ser vista também durante o dia, principalmente nas fases de Crescente e Minguante."

    Cruzeiro do Sul

    A orientação por outras estrelas (o Sol é uma estrela) também é possível, mas é necessário, como afirma Sobreira, que se tenha uma noção básica de entendimento de carta celeste, inclusive para auxiliá-lo na observação. No caso do Brasil, inclusive para a porção do nosso território que se encontra no hemisfério Norte, é possível orientar-se pelo Cruzeiro do Sul, uma constelação que é vista em quase todas as noites do ano. A partir de algumas relações baseadas nessa constelação, é possível determinar, aproximadamente, o ponto Sul. A Estrela Polar, visível no hemisfério Norte, pode ser utilizada para a determinação aproximada do ponto Norte .

    A bússola é um instrumento usado para orientação. Atualmente, existe uma grande variedade de formatos e tamanhos de bússola para atender às mais diversas necessidades. As que são usadas em navios e em aeronaves, por exemplo, são complexos aparelhos mecânicos ou eletrônicos capazes de compensar o movimento e a estrutura metálica da embarcação.

    As bússolas de bolso, de menor precisão, são mais usadas por excursionistas e adeptos das trilhas ecológicas. Elas consistem, em geral, em uma agulha magnetizada, que flutua dentro de uma caixinha transparente, e tem uma das extremidades pintada de vermelho que aponta sempre para o “Norte”. Isso ocorre porque a bússola funciona como um ímã que se orienta segundo o campo magnético da Terra.

    Em caminhadas, a bússola mais usada é a transferidora (do tipo Silva), leve e precisa o suficiente para orientação e navegação básicas. Este modelo é ideal para ser usado com mapas,

    porque combina bússola, régua e transferidor num único instrumento, evitando que eles sejam carregados separadamente como era feito antigamente.

    Usando a bússola sem um mapa

    Aprendendo a usar a bússola.

    Antes de qualquer coisa, você precisa saber que as instruções aqui apresentadas são apenas para você começar a aprender a usar uma bússola. Então, comece treinando em um local fácil, como um parque ou um lugar perto da sua casa. Não se aventure na mata fechada, porque sem experiência há grandes chances de você ficar perdido!

    Agora, vamos às instruções. Em primeiro lugar, nunca use a bússola dentro de carro, perto de objetos metálicos ou circuitos elétricos, pois eles interferem na sua medição.

    Segurando a bússola na horizontal, aponte a seta de direção, a linha-de-fé, para o lugar onde você deseja ir – vamos imaginar que seja uma montanha. Gire o anel graduado até que a seta do mostrador, a seta-guia, esteja alinhada com a parte vermelha da agulha magnética. Anote o valor do azimute, que é o ângulo que aparece ao pé da linha-de-fé. Mantendo a bússola na horizontal, e a agulha magnética coincidente com o norte do mostrador, avance na direção indicada pela linha-de-fé.

    Para regressar, é só manter o mesmo valor do azimute, aquele que você anotou na ida. Depois, apontar a linha-de-fé para você mesmo, e girar o seu corpo até que a parte vermelha da agulha fique alinhada novamente com a seta-guia. Aí, é só caminhar na direção oposta a indicada pela linha-de-fé.

    Bom, mas tudo isso funciona muito bem na teoria. Na prática, você pode ter que se desviar do caminho indicado pela bússola por conta de algum obstáculo. Por exemplo: suponha que você se desviou 100 metros do caminho indicado. Se continuar seguindo o valor do azimute, passará a 100 metros da montanha. É por isso que muita gente se perde ao usar a bússola!

    Mas, em geral, este aparelho também não é usado sozinho. Um mapa é fundamental e, muitas vezes, sem ele a bússola torna-se realmente inútil...




    POPULAÇÃO BRASILEIRA

    A População do Brasil
    A população brasileira atual é de 183,9 milhões de habitantes (dados do IBGE – dezembro de 2007). Segundo as estimativas, no ano de 2025, a população brasileira deverá atingir 228 milhões de habitantes. A população brasileira distruibui-se pelas regiões da seguinte forma: Sudeste (77,8 milhões), Nordeste (51,5 milhões), Sul (26,7 milhões), Norte (14,6 milhões).

    Origem da população brasileira

    A população brasileira foi formada a partir de três grupos fundamentais: o branco europeu, o negro africano e o ameríndio. Antes da chegada dos portugueses, o território era habitado por milhares de povos indígenas (sobretudo dos grupos tupi e jê ou tapuia). A partir da colonização, a maior parte da população indígena foi exterminada, dela restando hoje apenas alguns milhares de indivíduos.

    Os negros africanos, pertencentes sobretudo aos grupos bantos e sudaneses, foram trazidos como escravos para trabalhar na agricultura (cana-de-açúcar, café) e na mineração (ouro e diamantes). Além dos portugueses, outros europeus também contribuíram para a formação da população brasileira, através da imigração, principalmente a partir de 1850 (alemães, italianos, espanhóis).

    Alunos da E.E.Benício Prates ( a miscigenação tornou a população brasileira uma das mais belas do mundo)

    A miscigenação desses três grupos étnicos deu origem aos mestiços: mulatos (descendentes de brancos e negros), caboclos (de brancos e ameríndios) e cafuzos (de negros e ameríndios). Há ainda uma parte formada por descendentes de povos asiáticos, especialmente japoneses. Para a formação do contingente populacional do país, a imigração em si pouco representou (pouco mais de cinco milhões de indivíduos, desde a Independência, dos quais 3,5 milhões permaneceram no país) e praticamente cessou a partir do final da segunda guerra mundial.
    Língua. Apesar da enorme extensão territorial, o português firmou-se como a língua falada no Brasil, embora com ligeiras variações do português falado em Portugal. Levando em conta as condições naturais e históricas, e as diferenciações resultantes das características culturais regionais, o português falado no Brasil é basicamente o mesmo em todo o território nacional, não se verificando a ocorrência de dialetos, mas tão-somente de variações regionais, como, por exemplo, o português falado no Rio Grande do Sul ou em algum estado do Nordeste.

    Densidade Populacional

    Estrutura demográfica. O Brasil é o país mais populoso da América Latina e um dos dez mais populosos do mundo. A população brasileira está distribuída desigualmente: a densidade demográfica da região Sudeste é mais de onze vezes maior que a da região Centro-Oeste; e a da região Sul é quase quinze vezes maior que a da região Norte. Até a década de 1950, a maior parte da população se encontrava no campo, dedicada às atividades agropecuárias. A partir dessa época, com a crescente industrialização, a tendência se inverteu, e, atualmente, mais de setenta por cento concentra-se nas cidades.

    O crescimento demográfico também aconteceu de forma desigual. No final do século 18, o Brasil possuía pouco mais de dois milhões de habitantes. Na época da Independência, cerca de 4.500.000, para chegar a sete milhões em 1850. O primeiro censo demográfico realizado no país revelava uma população de 9.930.478 habitantes. No final do século 19, pouco mais de quatorze milhões e, em 1900, exatos 17.438.434 habitantes. No século 20, o ritmo do crescimento aumentou: de acordo com os censos demográficos, 30.635.605, em 1920; 41.236.315, em 1940; 51.944.397, em 1950; 70.070.457, em 1960; 93.139.037, em 1970; 119.002.706, em 1980; 146.825.475 habitantes em 1991. Para 1993, a população estimada era de 151.571.727 habitantes. A dinâmica demográfica do país, que vinha se caracterizando por uma alta taxa de crescimento, na década de 1990 já apresentava uma tendência declinante.

    Distribuição da população brasileira

    A população brasileira está irregularmente distribuída no território, isso fica evidente quando se compara algumas regiões ou estados, o sudeste do país, por exemplo, apresenta uma densidade demográfica de 87,5 hab/km2, as regiões nordeste, sudeste e sul reúnem juntas 88% da população, distribuída em 36% de todo o território, fato contrário à densidade demográfica do norte e centro-oeste, que são, respectivamente, 4 hab/km2 e 8,6 hab/km2, correspondendo a 64% do território total.

    Os brasileiros atualmente exercem um grande fluxo migratório, internacional e nacionalmente, nesse processo é importante salientar a diferença entre emigração (saída voluntária do país de origem) e imigração (o ato de estabelecer-se em país estrangeiro).

    Acerca das migrações externas o significado está no fluxo de pessoas que saem do seu país para viver, ou mesmo visitar, outro país, geralmente países desenvolvidos; já as migrações internas caracterizam-se pelo deslocamento populacional que se realiza dentro de um mesmo país, seja entre regiões, estado ou municípios. No Brasil cerca de 40% dos brasileiros residem fora dos municípios que nasceram.

    Os principais fluxos migratórios no Brasil estão voltados para os nordestinos que saem em direção ao sudeste e centro-oeste, isso muita vezes é provocado devido às questões de seca, falta de emprego, baixo índice de industrialização em relação às outras regiões, dentre outros fatores.

    Outro fluxo bastante difundido é em relação aos migrantes do sul que saem em direção às regiões do centro-oeste e norte, esse processo deve-se aos agricultores gaúchos que procuram novas áreas de cultivo com preços mais baixos.

    Eduardo e Kesley(alunos do 7º ano "A")

    Composição etnica da população brasileira


    O povo brasileiro é caracterizado pela miscigenação, ou seja, pela mistura entre grupos étnicos. A diversidade étnica da população brasileira é resultado de pelo menos 500 anos de história, em que aconteceu a mistura de basicamente três grupos, são eles: os índios (povos nativos), brancos (sobretudo portugueses) e os negros (escravos).

    A partir da mistura das raças citadas, formou-se um povo composto por brancos, negros, indígenas, pardos, mulatos, caboclos e cafuzos. Desse modo, esses são grupos identificados na população do país.

    O branco

    No Brasil, o percentual de pessoas consideradas brancas é de aproximadamente 54%, há uma concentração maior desse grupo étnico na região Sul (83%), seguida pelo Sudeste (64%). Os brancos, em sua maioria, são descendentes de imigrantes europeus que vieram para o Brasil, como os portugueses no século XVI e mais tarde, por volta do século XIX, italianos, alemães, eslavos, espanhóis, holandeses, entre outras nacionalidades de menor expressão.

    O Negro

    Os negros ou afro-descendentes têm sua origem a partir dos escravos que vieram para o Brasil entre os séculos XVI e XIX, fato que caracterizou como uma migração involuntária, tendo em vista que os mesmos não vieram por livre e espontânea vontade, mas forçados. No decorrer dos séculos citados, o país recebeu cerca de 4 milhões de africanos. Hoje, esse grupo étnico se concentra em maior número na região Nordeste e Sudeste, áreas onde se encontravam as principais fazendas de cana-de-açúcar e café.

    Índios da Amazônia brasileira.

    O índio


    Grupo étnico autóctones. Povos que habitavam o país antes da chegada dos colonizadores europeus, nesse período a população era estimada em aproximadamente 5 milhões de pessoas. Após séculos de intensa exploração, os índios praticamente foram dizimados. Atualmente, os índios se concentram quase que restritamente na região Norte, com cerca de 170 mil; e no Centro-Oeste, com aproximadamente 100 mil. Existem outros 80 mil dispersos ao longo de outras regiões brasileiras.

    Prof. José Carlos ( descendente de negros e brancos)

    O pardo


    Esse grupo é também chamado de mestiço, em virtude da mistura entre brancos, negros e indígenas. Os mesmos produzem três variedades de miscigenação, dentre elas podemos destacar ainda os mulatos, oriundos da mistura entre brancos e negros, que respondem por cerca de 24% da população.

    Os caboclos respondem por aproximadamente 16% da população nacional, esses são oriundos da mistura entre brancos e indígenas. São encontrados especialmente no interior do país, onde se encontra a maioria dos grupos indígenas.
    Temos ainda os cafuzos, mestiços oriundos da mistura entre negros e índios, dentre as variações de miscigenações ocorridas no Brasil, essa é a mais difícil de acontecer, tendo em vista que eles representam somente 3% da população. No país os cafuzos são encontrados especialmente na Amazônia, na região Centro-Oeste e Nordeste.